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quarta-feira, 27 de julho de 2016

“Guerrilheiro Heroico", o retrato


O famoso retrato de Che Guevara, intitulado Guerrillero Heroico, foi tirado por Alberto Korda em 5 de março de 1960 em Havana, Cuba, durante um memorial dedicado às vítimas da explosão de La Coubre. A fotografia só foi publicada internacionalmente sete anos depois de ter sido tirada. De acordo com Korda, Guevara demonstrava “imobilidade absoluta” , “raiva” e “dor” no momento em que a fotografia foi tirada. Anos mais tarde, Korda declarou que seu retrato capturou todo “caráter, firmeza, estoicismo e determinação” que Guevara possuía. Guevara tinha 31 anos quando a fotografia foi tirada.

De acordo com o Instituto-Faculdade de Arte de Maryland (Maryland Institute College of Art), o retrato de Guevara é "a mais famosa fotografia do mundo e um símbolo do século XX". O Victoria and Albert Museum declarou ser "a imagem mais reproduzida da história da fotografia". Jonathan Green, diretor do Museu de Fotografia da Universidade da Califórnia em Riverside, afirma que "a imagem de Korda insinuou-se na linguagem por todo o mundo. Se transformou num símbolo alfa-numérico, num hieróglifo, um símbolo instantâneo. Ela reaparece misteriosamente sempre que há um conflito. Não há nada na história usado desse jeito".

O navio a vapor La Coubre, de origem francesa, carregado de armas e munições, foi sabotado no porto de Havana em 04 de marco de 1960. As duas explosões ocorridas deixaram perto de uma centena de mortos e duzentos feridos. As autoridades cubanas denunciaram o caso como um ato terrorista da CIA, embora não existam fontes confiáveis que possam provar tais acusações; caso essa hipótese seja a verdade, essa teria sido a primeira ação desse tipo, que obteve sucesso contra o governo de Fidel Castro.

No momento do atentado, Che Guevara estava em uma reunião no prédio do Instituto Nacional da Reforma Agrária. Depois de ouvir a explosão e ver a nuvem de poeira erguendo-se sobre Havana, ele foi ao local do incidente e passou as próximas horas prestando cuidados médicos para os trabalhadores e soldados feridos, muitos deles com ferimentos fatais.


O retrato tem sido amplamente reproduzido através das décadas, evoluindo para um símbolo mundial de rebelião e de justiça social. Como defensor dos ideais de Guevara, Korda nunca cobrou direitos autorais para a distribuição de sua fotografia.
Apesar de Korda não reivindicar direitos sobre a imagem, não deixou que esta fosse usada certa vez em um anúncio de vodka. Korda era um comunista convicto e queria somente evitar a exploração comercial da imagem, dizendo aos repórteres:

"Como defensor dos ideais pelos quais Che Guevara morreu, não me oponho à sua reprodução por aqueles que desejam difundir a sua memória e a causa da justiça social por todo o mundo."

Em entrevista concedida em 2007 ao New York Times a filha de Che Guevara, Aleida Guevara, também manifestou seu repúdio ao uso comercial abusivo da imagem de Guevara.

Aleida e sua família também tentaram deter a comercialização da imagem de Che de maneiras que consideram abusivas. A filha diz que a família recrutou advogados em Nova York a fim de processar companhias que abusam da imagem - não para exigir indenizações, mas para pedir a suspensão do uso. "Não estamos atrás de dinheiro", disse Aleida. "Só queremos o fim do abuso. Ele pode ser uma pessoa universal, mas respeitem sua imagem."

A liberdade dos direitos autorais da imagem também influenciou muitas figuras monocromáticas baseadas no Guerrillero Heroico utlizadas também em camisetas, tais como de Diego Maradona, de Seu Madruga e até de Homer Simpson monocromáticos em desenhos semelhantes.

Fonte: Wikipédia: Guerrilheiro Heroico - Alberto Korda
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Davi Holanda

Editor

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Um comentário:

  1. Assisti a uma entrevista de viva-voz do Sr. Alberto e nela, afirmava que soube tardiamente, que haveria um comício num determinado local em Havana e ele seguiu para lá, apressadamente. Mal virou a esquina, viu no palanque a figura de Chê, estática, olhando, meio desligado, para as pessoas aglomeradas. Clicou a foto sem pensar muito, revelou e só foi perceber sua simbologia anos depois, com a reação das pessoas, diante da foto.

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