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Cassius Marcellus Clay, Jr., nasceu em 17 de janeiro de 1942 em Louisville, Kentucky. O mais velho de dois meninos, ele foi nomeado por seu pai, Cassius Marcellus Clay, Sr., que foi nomeado após o político abolicionista de mesmo nome. Seu pai pintava outdoors, e sua mãe, Odessa O'Grady Clay, foi uma empregada doméstica. No entanto, o Cassius Sr. era um metodista, aceitou que Odessa convertesse Cassius Jr. e seu irmão Rudolph "Rudy" Clay (depois renomeado Rahman Ali) como batistas. Ele era descendente de escravos americanos na América sulista, e é predominantemente descendente de afro-americanos, com ancestrais irlandeses e ingleses.
Como amador, Cassius Clay conseguiu seu primeiro grande feito aos 18 anos, quando conquistou a medalha de ouro na Olimpíada, na categoria meio-pesado, ao ganhar na final do experiente polonês Zbigniew Pietrzykowski. Na volta aos EUA, apesar de ter sido recebido com festa por uma multidão em sua cidade-natal, um episódio marcante impulsionou sua batalha pelos direitos dos negros e igualdade racial. Em sua biografia, ele conta que entrou em um restaurante cheio de brancos e pediu um hambúrguer, mas a funcionário se negou a servi-lo. “Sou Cassius Clay, campeão olímpico”, explicou, mas de nada adiantou. A alegria deu lugar à decepção, e o boxeador acabou jogando a sua medalha olímpica no Rio Ohio.
Já como profissional, na ocasião com 19 vitórias em 19 lutas, Cassius chega para enfrentar o favorito Sonny Liston em 1964, vence no sétimo assalto em Miami, se torna campeão mundial dos pesos-pesados e grita: “Eu sou o maior”. Pouco depois disso, chegou a se aliar a Malcom X, defensor do nacionalismo negro, e também anunciou ter se convertido à religião islâmica, mudando o seu nome para Muhammad Ali, nome escolhido pelo líder nacional do islamismo. Em 1967, uma polêmica fez Ali perder o título mundial e ficar afastado do boxe por três anos. Ele se recusou a servir o exército americano na Guerra do Vietnã e ainda fez críticas ao envio de militares para o conflito com os vietcongues.
Perdeu para Joe Frazier. Ganhou de novo o título em 1974 ao vencer George Foreman em luta realizada no Zaire (retratada no documentário "Quando éramos Reis"), perdeu-o em 1978 para Leon Spinks e em seguida retomou-o de Spinks. Retirou-se do boxe quando ainda era campeão.
Muhammad Ali pode ser considerado o primeiro esportista a aliar marketing com política. Exemplo disso foi seu desempenho antes da luta com George Foreman no Zaire. Ali utilizou todo seu conhecimento do pan-africanismo para se colocar como o lutador da África, enquanto Foreman ficou como símbolo da alienação negra americana, episódio este retratado no filme "Quando Éramos Reis", de 1974. Ali entrou para história da década de 60 quando se negou a lutar na Guerra do Vietnã. "Nenhum vietcongue me chamou de crioulo, porque eu lutaria contra ele?".
Nos últimos anos de vida Muhammad Ali teve a doença de Parkinson, diagnosticada no início da década de 1980. Em 2010, Ali foi a Israel para tratar a doença. O trabalho foi feito com células tronco adultas. Os testes até então realizados com ratos tiveram sucesso, mas sua eficácia em seres humanos ainda será testada.
Em 2001, Will Smith interpretou Muhammad Ali no filme Ali.
Por diversas vezes anunciou-se a luta entre Ali, o campeão mundial dos profissionais, contra o cubano Teófilo Stevenson, campeão mundial dos amadores e campeão olímpico, mas devido a problemas técnicos e políticos essa luta jamais ocorreu.
Em 2010, Muhammad junto com a cantora Christina Aguilera fizeram a propaganda em prol das vítimas do terremoto que destruiu o Haiti.
Muhammad Ali morreu nos Estados Unidos, aos 74 anos, no dia 03 de Junho de 2016, vítima de uma doença degenerativa. Estava internado com graves problemas respiratórios em um hospital de Phoenix (Arizona), cidade onde vivia, quando sua morte foi declarada. A família divulgou nota à imprensa que dizia que "depois de uma batalha de 32 anos contra o mal de Parkinson, Muhammad Ali se foi aos 74 anos".
Em 04 de Junho de 2016, um porta-voz da família informou em entrevista coletiva, que Muhammad Ali morreu por conta de um choque séptico devido a causas naturais não especificadas.
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10 Curiosidades
1. O boxeador norte-americano Muhammad Ali nasceu no dia 17 de janeiro de 1942, na cidade de Louisville, Kentucky. Antes de se converter ao islamismo, em 6 de março de 1964, seu nome era Cassius Marcellus Clay Jr. O nome Muhammad Ali foi escolhido pelo líder nacional do islamismo.
2. Em 1960, quando ainda se chamava Cassius, o boxeador quase se recusou a participar das Olimpíadas de Roma, por ter medo de avião. Embarcou vestindo um paraquedas e voltou para casa com o ouro.
3. Quatro anos depois, invicto como profissional, ele enfrentou - e venceu - Sonny Liston pelo cinturão da categoria peso pesado, no dia 25 de fevereiro de 1964, conseguindo, pela primeira vez, o título de campeão mundial.
4. Muhammad Ali tornou-se membro dos Muçulmanos Negros, uma seita religiosa que pregava a separação racial.
5. Quando se recusou a atender a convocação do exército norte-americano para lutar no Vietnã, o atleta foi destituído de seus títulos, banido do boxe por três anos e meio e condenado a cinco anos de prisão. A condenação acabou sendo anulada pela Suprema Corte em 1971. Mesmo assim, Muhammad pagou uma multa de 10 mil dólares ao governo. Foi resultado desse episódio uma de suas mais célebres frases: "Nenhum vietcongue me chamou de crioulo, por que eu lutaria contra eles?".
6. Ficou famoso pelas grandes quantias — pelo menos para a época — que recebia por cada luta: 2,5 milhões de dólares na derrota para Joe Frazier (1971), 2,6 milhões de dólares na vitória sobre o mesmo Frazier (1974) e mais 5 milhões de dólares na vitória sobre George Foreman (1974).
7. Sua última luta foi em 12 de dezembro de 1981. Ali perdeu para Trevor Berbick. Ao anunciar sua saída, ele declarou: "Não quero vir a ser um desses lutadores velhos, de nariz achatado, dizendo gugu-dadá antes de uma luta". Ao longo de sua carreira como profissional, Ali participou de 61 lutas — das quais venceu 56, 37 por nocaute.
8. Em 1984, os jornais anunciaram que Ali, aos 42 anos, fora internado com graves sintomas de mal de Parkinson, uma afecção neurológica caracterizada por tremores, diminuição da força muscular e rigidez progressiva. O fato de ser portador da doença tornou-se notório em 1996, quando o atleta participou da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Atlanta acendendo a tocha.
9. Em 1990, o ex-pugilista, então envolvido em causas políticas, viajou ao Iraque para negociar com Saddam Hussein a libertação de 14 reféns norte-americanos. Em sua luta contra o racismo, Ali se relacionou diretamente com Martin Luther King, Malcolm X e Nelson Mandela.
10. Muhammad Ali recebeu os prêmios de atleta do século pela revista Sports Illustrated e personalidade esportiva do século pela BBC. Além disso, foi nomeado Mensageiro da Paz pela ONU e condecorado com a Medalha Presidencial da Liberdade, maior honra civil norte-americana.