Marta recebendo o prêmio de melhor jogadora do mundo pela quinta vez (foto: AFP) |
Marta já foi escolhida como melhor futebolista do mundo por cinco vezes consecutivas, um recorde entre mulheres e homens.
Entrou na calçada da fama do Maracanã, sendo a primeira e, até agora, a única mulher a deixar a marca dos pés neste local.
Por diversas vezes Marta foi comparada a Pelé, mas dispensa o elogio e afirma que procura ter o seu próprio espaço. Antes de alcançar o patamar de “rainha” ou “Marta Maravilha”, como já foi apelidada, a jogadora viveu uma infância humilde em Dois Riachos, sertão de Alagoas, de onde saiu aos 14 anos, deixando a mãe, Tereza, e os três irmãos por uma causa nobre: correr atrás da bola e do sonho de ser uma atleta profissional.
Quinze anos após sair de Dois Riachos para tentar a vida como jogadora de futebol profissional, Marta possui hoje o reconhecimento internacional que poucos profissionais do esporte conseguiram atingir levando-se em conta que se trata de uma mulher no mundo masculino do futebol, que não nasceu em berço de ouro e que teve que batalhar em um país no qual a categoria feminina é subestimada, a carreira que conseguiu construir até agora é mais do que admirável.
Nessa terra sempre tão seca, foi uma enchente que marcou a vida da família.
Em entrevista ao Jornal Nacional:
“Deu uma trovoada. E a minha casa era um salãozinho, se encheu de água. Ficou uma coisa horrível. Eu me ajuntei mais esse menino mais velho, nós, todos dois, chorando, aí a casa cheia d’água. Um dia, eu pedi, ‘meu Deus, um dia eu vou morar numa casa, Deus vai me dar ainda a oportunidade de eu morar numa casa’. Eu morava num salãozinho. Aí Jesus parece que ouviu meus pedidos naquele dia, porque era muito pequenininha a casa, o esgoto era pequeno, a água invadia todinha dentro de casa. E hoje em dia eu tô morando numa mansão dessa, eu vô reclamar por quê? Vou ter que agradecer a Deus! Que Deus deu a oportunidade da minha filha... Ela dizia: ‘Oh, minha mãe, a senhora vai ver, ainda um dia a senhora ainda vai ter uma vida sossegada, com fé em Deus’. Aí eu pensava, dizia assim: ‘Ê, minha filha, pare de sonhar alto. Não sonhe alto não, porque nós não tem condição minha filha, como é que você vai fazer isso?’ ‘Não se incomode, minha mãe, deixe comigo, um dia a senhora vai ver’. E foi dito e feito!”, conta a mãe.
“Só o fato de eu ter conseguido fazer isso pra minha mãe, dar uma casa pra ela, dar um lar... E ela hoje tá vivendo de uma maneira mais tranquila. E imaginar tudo o que ela já passou na vida dela, é a minha maior conquista”, diz Marta.
Agora ela vai em busca do ouro. Já ajudou muita gente. Quer ajudar muito mais.“Você vê o Tota, que é uma figura fantástica. Ele hoje ainda faz isso, a vida inteira se dedicou ao esporte e com tanta dificuldade”, afirma a jogadora.Referências: Wikipédia - G1 - RacaBrasil
Parabéns Marta e a todas as mulheres que mudaram o mundo machista e preconceituoso.
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