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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Primeira Guerra Mundial: Trégua de Natal de 1914
Davi Holanda

Primeira Guerra Mundial: Trégua de Natal de 1914


Há 100 anos, na cidade de Saint-Yvon, na Bélgica, próxima à fronteira francesa, alemães e britânicos suspenderam as hostilidades, após meses de sangrentos combates. As tropas deixaram as trincheiras para disputar uma partida de futebol que teria terminado em 3 a 2 para os alemães, segundo as anotações do soldado Kurt Zehmisch, do 134º Regimento saxão.

Em dezembro de 1914, a guerra estava entrando em uma nova fase: um cerco prolongado acontecia em trincheiras estáticas ao longo de uma frente de 750 km. Durante os quatro meses anteriores, os soldados estavam morrendo em um ritmo terrível, e não havia um fim para a guerra à vista. Mas, durante o Natal, as coisas de repente ficaram calmas, pelo menos por um tempo.

Na noite antes do Natal, um capitão britânico servindo na Rue du Bois ouviu um sotaque estrangeiro do outro lado do fosso, dizendo: “Não atire depois da meia noite e nós também não o faremos” e, em seguida: “Se você for inglês, saia e converse com a gente, nós não vamos disparar”.

Carta do general britânico Walter Congreve
De acordo com Keith Perry do portal The Independent, uma carta escrita exatamente no dia de Natal e enviada por um general britânico — Walter Congreve — à sua esposa foi descoberta recentemente na Inglaterra. Incrivelmente, o militar estava presente durante a trégua e descreveu o desenrolar de eventos que resultaram nesse icônico acontecimento.

Na carta, Congreve conta que foram os alemães que tiveram a iniciativa de pedir pela trégua, que foi combinada graças à coragem de um dos soldados britânicos que bravamente saiu das trincheiras para selar o acordo de paz temporária. Depois, os inimigos esqueceram suas diferenças e se reuniram na “terra de ninguém” onde se cumprimentaram, compartilharam cigarros, jogaram futebol, cantaram hinos natalinos e inclusive trocaram presentes.

O militar também revela na carta que se sentiu relutante em aderir à trégua por medo de que os alemães não resistissem à tentação de atirar contra um general. E inclui uma passagem interessante: um de seus soldados contou que havia fumado com o melhor atirador do exército alemão — um garoto com não mais de 18 anos e que tinha matado sozinho mais homens do que 12 soldados juntos.

Além da carta de Congreve, existem outros vários relatos sobre a Trégua de Natal de 1914, que descrevem com detalhes como os inimigos confraternizaram entre as trincheiras. Com base nos diversos testemunhos, os historiadores acreditam que esse extraordinário evento foi proposto na véspera de Natal e teve cerca de 48 horas de duração — embora existam registros apontando que a trégua foi muito mais longa em outros pontos da trincheira.

Mais em: Wikipédia - Hypescience - G1
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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Professor Abdul Malik
Davi Holanda

Professor Abdul Malik


Em 2013 começou a circular na internet uma notícia de um professor muito guerreiro. Há 22 anos, Abdul Malik faz sempre o mesmo trajeto para chegar até a escola onde leciona para seus alunos. O professor cruza o rio a nado para chegar à escola onde trabalha. O professor percorre um trajeto de 12 km, por onde atravessa um rio com água até o pescoço para chegar até a margem.

Abdul é professor na escola AMLP, em no distrito de Malappuram, em Kerala na Índia. Todo dia, pelas nove horas da manhã, ele atravessa o rio com uma câmara de ar, carregando suas roupas acima dos ombros, uma lancheira e alguns livros dentro de um saco plástico ele nada com muita tranqüilidade e alegria para chegar ao trabalho. Segundo o próprio professor, se ele fizesse o trajeto de ônibus, ele levaria três horas para cobrir os mesmos 12 km, mas fazer isso através do rio é fácil, para o professor.

Após atravessar o rio, o professor troca de roupa, seca-se e sobe por uma encosta íngreme por 10 minutos até chegar na escola onde leciona por Rs. 25,000, o que em reais equivale a R$ 1.400,00 por um dia inteiro de trabalho. Para o professor, a compensação não está somente no trabalho mas em todo lugar.

Desde a sua chegada, o professor de 40 anos de idade é recebido com sorrisos, cartas e cartões dos jogos didáticos que ele realiza com os alunos. O professor também é um ambientalista convicto. Por diversas vezes ele leva seus alunos para nadar, esperando que a viagem de campo mostre-lhes a necessidade de salvar o rio por onde ele nada todo os dias de toda a sujeira acumulada nele.

Jahangir, um estudante de sete anos, sorriu timidamente quando perguntado o que ele queria ser quando crescer e respondeu: “Quero ser como o mestre Mallik “, ele disse.

Confira o vídeo no Youtube

Por: descobrindoaindia
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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Teste da Boneca 1946
Davi Holanda

Teste da Boneca 1946

Em 1946, o casal de psicólogos Kenneth Clark e Mamie Phipps Clark realizou uma série de testes com crianças negras de escolas públicas em bairros pobres, como o bairro Harlem.

Teste da Boneca consistia em exibir bonecas brancas e negras para um grupo de crianças e pedia-se que atribuíssem determinadas características às bonecas: bonita, feia, boa e má. Foi constatado que 63% das crianças escolheram a boneca branca como a bonita e boa e a negra como feia e má. 

No experimento, eles utilizaram duas bonecas que diferiam apenas pela cor, uma negra e uma branca. O resultado que obtiveram nos testes, na época, confirmou a realidade segregadora que a população negra vivia.

As estatísticas mostravam que a maioria das crianças negras preferia brincar com as bonecas brancas, pois achava que elas eram mais bonitas do que as bonecas negras.

O trabalho dos Clark foi muito importante para o movimento pelos direitos civis dos negros e imprescindível para a Suprema Corte dos Estados Unidos decidir que a segregação racial na educação pública era imoral e inconstitucional.

Em 2006, Davis Kiri realizou o mesmo experimento, com os mesmos resultados, mostrando que a segregação racial continua na sociedade. Isso seria fruto das mensagens indiretas que os meios de comunicação, especialmente, continuam mandando para as pessoas, através dos comerciais, filmes, revistas e moda, cuja maioria é formada por pessoas brancas.


O TESTEMUNHO: Obrigado. Apresentei essas bonecas para eles e perguntei-lhes as seguintes perguntas na seguinte ordem: "Mostre-me a boneca que você mais gosta ou que você gostaria de brincar", "Mostra-me a boneca mais agradável", "Mostra-me a boneca que parece "mau", "e, em seguida, as seguintes questões também:" Dê-me a boneca que se parece com uma criança branca", "Dá-me a boneca que se parece com uma criança de cor", "Dá-me a boneca que se parece com uma criança Negra", e " Dá-me a boneca que se parece com você."

Museu de Imagens - Referências: 

- Imagens: NAACP Legal Defense and Educational Fund. Confira.

- "Kenneth B. Clark and Mamie Phipps Clark", Columbia University. Confira.

- American Psychological Association. (n.d.). Featured psychologists: Mamie Phipps Clark, PhD and Kenneth Clark, PhD. Confira.

- Clark, Kenneth B. and Clark, Mamie P. (1947). "Racial identification and preference among negro children." In E. L. Hartley (Ed.) Readings in Social Psychology. New York: Holt, Rinehart, and Winston. Confira.
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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Angelines Fernández - Dona Clotilde (A Bruxa do 71)
Davi Holanda

Angelines Fernández - Dona Clotilde (A Bruxa do 71)

Imagens/Internet
Em sua juventude, a atriz chegou a lutar nas guerrilhas antifranquistas antes de emigrar para o México, em 1947

O El Nacional, um dos principais jornais da Venezuela, trouxe uma reportagem intitulada El pasado de "La Bruja del 71", em que confirma a trajetória política de Angelines.

O regime instituído em meio à Guerra Civil Espanhola (1936-1939) manteve Franco no poder até 1975, ano de sua morte.

As guerrilhas antifranquistas (ou maquis) foram grupos de autodefesa de fugitivos da ditadura de Franco, mesmo após o fim da guerra civil. 

Em 1950, três anos depois de sua chegada ao México, Angelines Fernández começou a carreira artística na peça Un Corazón con Freno y Marcha Atrás.

Foi pioneira no cinema mexicano, tendo atuado em 14 filmes, como o clássico El Esqueleto de la señora Morales (1960). Porém a maioria das pessoas a conhecem do seriado Chaves onde interpretou a "Bruxa do 71" - Dona Clotilde - por mais de 23 anos.


Poucos sabem, mas Angelines era considerada uma das mulheres mais bonitas do México quando em sua juventude.
Era uma pessoa de carater forte e se especializou em papéis dramáticos, porém gostava de fazer personagens cômicos.
Sua entrada no programa se deu graças a Ramón Valdés (Seu Madruga). 

Ingressou no elenco de Roberto Gómez Bolaños "Chespirito", em 1971, e por isso sua personagem em Chaves foi apelidada de "Bruxa do 71", de acordo com o site Chespirito.org.

Alcançou sucesso em toda a América Latina com as personagens da turma de Chaves e Chapolin. Ganhou muitas medalhas da ANDA por sua trajetória artística.

Morreu de câncer de pulmão em 1994, com 71 anos.

Dona Clotilde, que era chamada pelas crianças de Bruxa do 71 cujos bordões eram: «Como disse?», «Quem é bruxa?» e «É melhor não dizer nada», além de alguns pequenos papéis no Chapolin.

Além de vencer um desafio com ela mesma, encarar um personagem cômica sendo uma atriz de arte dramática. Por consequência do personagem, na vida real era vista como bruxa de verdade por parte das crianças. Quando saía com sua filha ao supermercado ou para passear com o cachorro, as crianças gritavam: «Aí vem a Bruxa!», e saiam correndo, com medo. Isso deixava Angelines muito triste, pois as crianças não chegavam perto dela porque tinham medo. Depois acabou se acostumando e não lhe incomodava que a chamassem de «Bruxa» e outras alcunhas.

As Vozes dos Personagens de Angelines Fernández no Brasil, foram feitas pro Helena Samara na Maga, Parisi Vídeo/BKS, Gota Mágica e Herbert Richers/Álamo e por Beatriz Loureiro na Herbert Richers/Álamo.


Mais em: Wikipédia - BrasilPost - Alemdaimaginação
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sexta-feira, 20 de maio de 2016

HANS-GEORG HENKE, o garoto soldado
Davi Holanda

HANS-GEORG HENKE, o garoto soldado




A Segunda Guerra Mundial foi uma das guerras mais cruéis pela qual o mundo passou. Ela não foi um conflito só entre países, envolvendo apenas as partes beligerantes na figura de seus soldados. A guerra estava em todos os âmbitos, nas cidades, dentro das casas e puxava a todos para o conflito, inclusive as crianças e os adolescentes.

Hans-Georg Henke pode ser considerado a imagem dessa face cruel da guerra que levou inúmeras crianças e adolescentes à frente de batalha. Em todas as fotos, tiradas quando Henke foi capturado pelos soldados soviéticos, é mostrada apenas uma criança assustada, sem rumo em meio ao caos e aos bombardeios vindos das tropas inimigas. Hans caíra em lágrimas quando percebeu que seu mundo havia ruído; tudo a sua volta estava desmoronando e seu país não era mais o mesmo.

Quando entrou para a Luftwaffe, Georg tinha apenas 14 anos. Ele não se alistara, porque gostava da guerra, mas pelo fato de precisar sobreviver. Seu pai morrera em 1938 , sua mãe em 1944 e, posteriormente, ele se separara dos irmãos, ficando sozinho em um país em guerra.

Henke entrou para o esquadrão anti-aéreo alemão para se sustentar e quando o conflito acabou, o menino de 15 anos teve que andar 60 milhas (cerca de 96 km), buscando alcançar as linhas americanas, pois tinha medo de ser capturado pelos soviéticos. Por fim, seu medo se concretizou em 3 de abril de 1945, quando foi capturado por uma tropa soviética.



No momento da captura, em meio aos bombardeios contra seus companheiros de batalha, diversas fotografias foram tiradas pelo fotógrafo John Florea, transformando o semblante de Henke conhecido como um dos símbolos das dificuldades proporcionadas pela guerra. Após o fim do conflito e já capturado, os soviéticos alimentaram o menino e outros soldados que estavam com ele e depois mandaram que todos fossem para suas casas.

Hans-Georg voltou para sua cidade natal em Finsterwalde, reencontrou-se com os dois irmãos e iniciou uma nova vida. Morreu em 6 de outubro de 1997, após ter tido uma vida plena. Apesar dos anos que passaram e deixaram para trás a realidade cruel que vitimou crianças e adolescentes na gurra, as fotos do menino de 15 anos eternizaram para sempre o semblante de uma criança em meio à Segunda Guerra Mundial.



Fonte: Soldier in Tears. Getty Images, Zennie, Michael. A fifteen year old German soldier, Hans-Georg Henke, cries. Daily Mail, 2011, Crying Soldier of 16 is East German Communist.
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segunda-feira, 16 de maio de 2016

Dilma Vana Roussef
Davi Holanda

Dilma Vana Roussef

Imagem: Governo.
Dilma Vana Roussef, nasceu no dia 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Filha do advogado búlgaro Pedro Rousseff e da dona de casa carioca Dilma Jane Silva. Em 1964, ingressou na Política Operária (POLOP), uma organização fundada em 1961, oriunda do Partido Socialista Brasileiro, onde militou. Depois, participou do Comando de Libertação Nacional (COLINA).

Foi nessa época que conheceu Cláudio Galeno de Magalhães Linhares. Casaram-se em 1967, apenas no civil, depois de um ano de namoro. Segundo companheiros de militância, Dilma teria desenvoltura e grande capacidade de liderança, impondo-se perante homens acostumados a mandar. Era conhecida por sua atuação pública, por estabelecer contatos com sindicatos, e também por dar aulas de marxismo e de responsabilidade social, atuando no jornal O Piquete. Nesta época, Dilma tinha 21 anos e concluíra o segundo ano de Economia.

Em 1968, Dilma e Galeno começaram a ser perseguidos em Minas - fato que os separou por conta da distância causada pela clandestinidade. Dilma foi presa no centro de São Paulo, em 1970. As sessões de tortura e a prisão duraram por quase três anos. De janeiro de 1970 a dezembro de 1972, Dilma passou os dias nos porões da Operação Bandeirantes (Oban) e do Departamento de Ordem Política e Social (Dops).

Nestes dois departamentos, criados na Ditadura Militar, sofreu torturas de diversas formas.

Foi considerada pelos colegas de militância como uma pessoa bastante forte. Ao ser libertada, Dilma voltou à sua casa da infância para se recuperar ao lado da família. Como consequência, desenvolveu hipertiroidismo e depois, hipotiroidismo.

"Fiquei presa três anos. O estresse é feroz, inimaginável. Descobri, pela primeira vez que estava sozinha. Encarei a morte e a solidão. Lembro-me do medo quando minha pele tremeu. Tem um lado que marca a gente o resto da vida. Quando eu tinha hemorragia – na primeira vez foi à Oban – pegaram um cara que disseram ser do Corpo de Bombeiros. Foi uma hemorragia de útero. Me deram uma injeção e decidiram não me bater naquele dia. Em Minas Gerais, quando comecei a ter hemorragia, chamaram alguém que me deu comprimido e, depois, injeção. Mas me davam choque elétrico e depois paravam. Acho que tem registros disso até o final da minha prisão, pois fiz um tratamento no Hospital de Clínicas.
As marcas da tortura sou eu. Fazem parte de mim”, relatou Dilma.

A partir daí, a mineira retomou os objetivos de vida e continuou estudando. Em 73, foi morar em Porto Alegre, onde Carlos Araújo cumpria pena na prisão. Em 74, Araújo foi libertado e retomou a advocacia, enquanto Dilma ingressava na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 75, ela começa a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE), órgão do governo gaúcho.

Em março de 1977, quando Dilma tinha 29 anos, Paula Rousseff Araújo nasceu. Dilma estava no último ano de faculdade e se dividia entre os estudos e a filha. Com a esperança de que o fim da ditadura estava por vir, ela, então, ao lado do marido, engajou-se na campanha pela Anistia e organizou debates no Instituto de Estudos Políticos e Sociais. Mais tarde, fundou o PDT com Carlos - de quem se separou, após 25 anos de casamento, em 1994.

Prisão

Uma série de prisões de militantes conseguiu capturar José Olavo Leite Ribeiro, que encontrava-se três vezes por semana com Dilma. Conforme o relato de Ribeiro, após um dia de tortura, revelou o lugar onde se encontraria com outro militante, um bar na Rua Augusta. Em 16 de janeiro de 1970, obrigado a ir ao local acompanhado de policiais disfarçados, seu colega também foi capturado e, quando já se preparavam para deixar o local, Dilma, que não estava sendo esperada, logo chegou. Percebendo que algo estava errado, Dilma tentou sair do local sem ser notada. Desconfiados, os policiais a abordaram e encontraram-na armada. "Se não fosse a arma, é possível que conseguisse escapar", ressalta Ribeiro.

Foi, então, levada para a Operação Bandeirante, no mesmo local onde cinco anos depois Vladimir Herzog perderia a vida. Foi torturada com palmatória, socos, pau de arara e choques elétricos. No meio militar, há quem veja o relato de Dilma com ironia e descrédito, especialmente quanto à possibilidade de alguém sobreviver a tanto tempo de tortura. Posteriormente, Dilma denunciou as torturas em processos judiciais e a Comissão Especial de Reparação da Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro aprovou pedido de indenização por parte de Dilma e de outras dezoito pessoas.

Carlos Araújo foi preso em 12 de agosto de 1970. Durante o período em que Dilma esteve presa, Araújo teve um rápido romance com a atriz e então simpatizante da organização Bete Mendes. Ao ser preso, encontrou-se com Dilma em algumas ocasiões, nos deslocamentos relativos aos processos militares que ambos respondiam. Ficaram alguns meses no mesmo presídio Tiradentes, em São Paulo, inclusive com visitas íntimas, onde se reconciliaram, planejando reatarem a vida conjugal após a prisão.

Dilma foi condenada em primeira instância a seis anos de prisão. Havendo cumprido três anos, o Superior Tribunal Militar reduziu, então, a condenação a dois anos e um mês. Teve também seus direitos políticos cassados por dezoito anos. Seu nome estava numa lista, encontrada na casa de Carlos Lamarca, com presos a que se daria prioridade para serem trocados por sequestrados, mas nunca foi trocada e cumpriu a pena regularmente.

Em abril de 2009, Dilma revelou que estava se submetendo a um tratamento contra um linfoma, câncer no sistema linfático, que havia descoberto a partir de um nódulo na axila esquerda, em um exame de rotina, em fase inicial. O tratamento incluía sessões de quimioterapia. Tratava-se do tipo mais agressivo. Em meados de maio, foi internada no Hospital Sírio-Libanês com fortes dores nas pernas, sendo diagnosticada uma miopatia, inflamação muscular decorrente do tratamento contra o câncer. No início de setembro do mesmo ano, revelou ter concluído tratamento de radioterapia, dizendo-se curada.

--- ÓRBITA PENAL DA PRESIDENTE ---

CRIME DE IRRESPONSABILIDADE

Obstrução da Justiça I
Diálogo Dilma/Lula e atos da nomeação

Em diálogo mantido entre a presidente e o antecessor, Dilma disse a Lula que enviaria a ele um “termo de posse” de ministro para ser utilizado “em caso de necessidade”. A presidente trabalhava ali para impedir que Lula fosse preso antes de sua nomeação para a Casa Civil.

Obstrução da Justiça II
Nomeação do Ministro Navarro

O senador Delcídio do Amaral (MS) afirmou em delação premiada, revelada por ISTOÉ, que a presidente Dilma Rousseff, numa tentativa de deter a Lava Jato, o escalou para que ele fosse um dos responsáveis por articular a nomeação do ministro Marcelo Navarro Dantas, do STJ, em troca da soltura de presos da investigação policial.

Obstrução da Justiça III
Compra do silêncio de Delcídio

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, foi escalado para tentar convencer o senador Delcídio a não fechar acordo de delação premiada com o Ministério Pública Federal, que chegou a insinuar ajuda financeira, caso fosse necessário.

Obstrução da Justiça VI
Cinco ministros na mão

O senador Delcídio afirmou que Dilma costumava dizer que tinha cinco ministros no Supremo, numa referência ao lobby do governo nos tribunais superiores para barrar a Lava Jato.

Enquadramento legal
Inciso 5 do Artigo 6º da Lei 1.079/1950:

Opor-se diretamente e por fatos ao livre exercício do Poder Judiciário, ou obstar, por meios violentos, ao efeito dos seus atos, mandados ou sentenças.

CRIME DE DESOBEDIÊNCIA

Nomeação de Lula no Diário Oficial
Apesar de decisão da Justiça Federal que sustava a nomeação do ex-presidente para a Casa Civil, Dilma fez o ato ser publicado no Diário Oficial da União.

Enquadramento legal
Artigo 359 do Código Penal: Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial

EXTORSÃO

Ameaças para doação de campanha
Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, afirmou ter pago propina à campanha presidencial em 2014 porque teria sido ameaçado pelo ministro Edinho Silva, então tesoureiro de Dilma, de ter obras canceladas com o governo. Há uma representação na PGR contra Dilma para apurar o possível achaque.

Enquadramento legal
Artigo 158 do Código Penal: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa.

CRIME ELEITORAL

Abuso de poder político e econômico na campanha de 2014
Dilma é acusada em ação no TSE de se valer do cargo para influenciar o eleitor, em detrimento da liberdade de voto, além da utilização de estruturas do governo, antes e durante a campanha, o que incluiria recursos desviados da Petrobras.

Caixa 2
A Polícia Federal apontou no relatório de indiciamento do marqueteiro do PT João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, que o casal recebeu pelo menos R$ 21,5 milhões entre outubro de 2014 e maio de 2015 – período pós reeleição da presidente Dilma – do “departamento de propina” da Odebrecht. Isso reforça as suspeitas de caixa 2 na campanha, descrita no Código Eleitoral como “captação ilícita de recursos”.

Enquadramento legal
Art. 237, do Código Eleitoral: A interferência do poder econômico e o desvio ou abuso do poder de autoridade, em desfavor da liberdade do voto, serão coibidos e punidos com cassação e ineligibilidade.

CRIME DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Pedaladas fiscais
A presidente Dilma incorreu nas chamadas “pedaladas fiscais”, a prática de atrasar repasses a bancos públicos a fim de cumprir as metas parciais da previsão orçamentária. A manobra fiscal foi reprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Enquadramento legal
Inciso III do Art. 11 da Lei 1.079/1950: Contrair empréstimo, emitir moeda corrente ou apólices, ou efetuar operação de crédito sem autorização legal

Decretos não numerados
A chefe do Executivo descumpriu a lei ao editar decretos liberando crédito extraordinário, em 2015, sem o aval do Congresso. Foram ao menos seis decretos enquadrados nessa situação.

Enquadramento Legal
Inciso VI do Artigo 10 da Lei 1.079/1950: Ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição legal.

FALSIDADE IDEOLÓGICA

Escondendo o rombo nas contas
Corre uma ação no TSE em que os partidos de oposição acusam acusa a presidente Dilma de esconder a situação real da economia do país, especialmente no ano eleitoral.

Enquadramento legal
Art. 299 do Código Penal: Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Visita político-partidária
Dilma foi denunciada na Justiça por mobilizar todo um aparato de governo – avião, helicóptero, seguranças – para prestar solidariedade a Lula em São Bernard, um dia após o petista sofrer condução coercitiva para prestar depoimento à Polícia Federal no inquérito da Operação Lava Jato. O próprio ato de nomeação de Lula na Casa Civil pode ser enquadrado neste crime.

Enquadramento legal
Art. 11 da Lei nº 8.429/1992: Constituti ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições.

*Processo de Impeachment*

No início de março de 2016, em meio a operação Lava Jato da Polícia Federal e outras investigações em curso contra Lula, Dilma ofereceu-lhe um ministério como forma de evitar sua prisão e passar a ter foro privilegiado, o que faria com que os processos fossem movidos para o STF. O ex-presidente inicialmente, no entanto, resistia à ideia.

Em 13 de março de 2016, manifestações populares ocorridas em todas as regiões do país levaram mais de três milhões de pessoas às ruas para demandar o fim da corrupção e a saída da presidente de seu cargo. Este protesto contra Dilma constituiu na maior manifestação popular da história do país.

Em 2 de dezembro de 2015, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acolheu um dos pedidos de impeachment contra Dilma. Mais especificamente, o protocolado na Câmara pelo jurista e ex-petista Hélio Bicudo. No dia seguinte, Cunha autorizou formalmente a criação de uma Comissão Parlamentar Especial, com 65 deputados, sendo proporcional à bancada de todos os partidos políticos representados, a comissão foi responsável pela elaboração de um parecer pela admissibilidade da abertura do processo.

Devido ao recesso parlamentar e as ações de deputados impetradas no Supremo Tribunal Federal com o objetivo de decidir formalmente o rito do processo somente em 17 de março de 2016, a Câmara elegeu, por votação aberta, os 65 integrantes da comissão especial que analisaria o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff. Houve 433 votos a favor e apenas um contrário. Em 11 de abril a comissão especial, com 38 votos a favor e 27 contra, aprovou o parecer do relator, que defendia a admissibilidade do processo de afastamento da presidente.

No dia 17 de abril de 2016, a Câmara dos Deputados, com 367 votos favoráveis, 137 contrários, além de 7 abstenções e 2 ausentes, autorizou o Senado Federal a instaurar processo de impeachment contra Dilma.

No dia 12 de maio de 2016, com 55 votos favoráveis, 22 contrários e 2 ausentes, o Senado Federal autorizou a abertura do processo de impeachment, e determinou o seu afastamento da Presidência da República pelo período de até 180 dias.

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Além de ser a primeira mulher presidente, Dilma também foi a primeira mulher a atuar como secretária da Fazenda de Porto Alegre, a primeira ministra de Minas e Energia do Brasil e a primeira chefe da Casa Civil, durante o Governo Lula.

Em 2014, ela foi reeleita com 54,5 milhões de votos no segundo turno. No momento, enfrenta processo de impeachment.


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sexta-feira, 13 de maio de 2016

TODOS NEGROS - Rio de Janeiro - Brasil
Davi Holanda

TODOS NEGROS - Rio de Janeiro - Brasil

Imagem: Luiz Mourier - 1982 / Jornal do Brasil.
Qualquer coincidência é mera semelhança

Trechos do depoimento de Luiz Morier, gravado em 11/05/2007, a respeito de sua foto intitulada por ele "Todos Negros".

Quando eu fiz esta foto, eu estava passando pela Grajaú-Jacarepaguá, e, passando pela estrada, percebi que havia uma blitz. Parei e fotografei a blitz. E me deparei com esta cena, os negros todos amarrados pelo pescoço. E até dei o título da foto de “Todos Negros”. E logo em seguida eu fui embora, e mais abaixo tinha uma manifestação dos moradores, eu continuei fazendo a seqüência e tal, e fui embora.

E essa me trouxe meu primeiro prêmio Esso na minha carreira. A sensação que eu tive foi de humilhação. Senti uma cena humilhante. As pessoas humilhadas, pessoas com carteira de trabalho na mão, dava para perceber que não eram bandidos, porque bandidos não usam um tipo de veste assim. É claro que eles se vestem bem melhor que isso. Eram pessoas simples, humildes, todos negros. Senti que era um ato de humilhação. Estavam sendo humilhados ali, carregados pelo pescoço como escravos.

- Do material que você fez nesse dia, você tinha certeza de que esta foto tinha destaque em relação às outras?

Não, não tinha certeza, não. Porque a gente... Eu, pelo menos, sempre... Você faz uma foto na hora, aí você só vai ter uma idéia depois que ela foi revelada. Quando eu estava revelando, sim. Aí, que eu vi a foto revelada, eu falei: “pô, essa vai dar o que falar!...” Que isso não é coisa que possa acontecer com o ser humano nos dias de hoje. Ou na época, na década de 80. Mas, até hoje a gente vê humilhação por aí...

Percebi que houve uma reação grande de todos que viram a foto. Até hoje, até hoje...

Quem ainda não viu e vê a foto... Já foi usada por várias faculdades, já foi tema... Inclusive foi, até, em 1988, quando a escravidão... Fez cem anos da Lei Áurea, ela foi bem revista e colocada para todos verem que cem anos depois ainda havia esse tipo de cena. (...)

Eu percebi que tinha uma blitz, mas eu parei porque tinha um camburão parado na pista. Eu fui lá dentro do mato fazer esta foto aqui. Então, eles estavam praticamente escondidos. Quer dizer, eu cacei!... Não estavam expostos assim, na r- Nessa foto aí, os PMs tiveram alguma reação de não deixarem você fotografar?

Ah, a reação foi imediata!... O tenente falou: “recolhe, recolhe, recolhe!”. Quando ele percebeu que eu estava fotografando, ele mandou recolher. Só que quando ele mandou recolher, ele não percebeu que eu... O guarda não percebeu que eu estava fazendo uma foto dele. Eu estava com um grande angular, ele achou que eu estivesse fazendo só os presos. E, no entanto, ele estava enquadrado na foto. (...)

Tem a importância que tem hoje porque mostra uma autoridade, ali, que devia usar algemas, no mínimo, e usou uma corda, e amarrada no pescoço. Não foi nem nas mãos, foi no pescoço. Quer dizer, um ato escravo mesmo! (...)
Sim, agora é. Para mim, ela é uma foto histórica. E vai estar sempre no primeiro lugar, pra mim, porque é uma foto que marcou muito esse meu tempo de trabalho.

Luiz Morier > Diz que foi no Jornal Tribuna da Imprensa que tudo começou. Aos seis anos, acompanhava o pai, Max Morier, repórter esportivo já falecido, e meio que um fundador da Tribuna. Morier começou a carreira de repórter-fotográfico no extinto jornal Última Hora, em 1977. Também teve passagens pelo Globo e trabalhou como freelancer no Estadão. No Jornal do Brasil trabalhou mais de 25 anos. Nos últimos anos tem frilado para várias empresas. Você pode ver que tem mato lá no fundo, estavam lá no meio do mato, um caminhozinho no meio do mato. Então, quer dizer, era mais escondido, de uma forma... Eles faziam as mutretas, faziam tudo que tinham que fazer, mas, mais escondidos, para que a imprensa não visse mesmo. Agora, eles não estão nem aí... Agora, é tiro pra cá, é tiro pra lá, caiu ali, se tiver fotografa, se não tiver...

Fonte: Paparazzi
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Abolição da Escravatura - Lei Áurea
Davi Holanda

Abolição da Escravatura - Lei Áurea

Imagem: Sindicato dos Bancários de Brasília
No início da colonização do Brasil (século XVI), não havia no Brasil trabalhadores para a realização de trabalhos manuais pesados. Os portugueses colonizadores tentaram usar o trabalho indígena nas lavouras. A escravidão indígena não pôde ser levada adiante, pois os religiosos católicos se posicionaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Logo, os colonizadores buscaram uma outra alternativa. Eles buscaram negros na África para submetê-los à força ao trabalho escravo em sua colônia. Foi neste contexto que começou a entrada dos escravos africanos no Brasil.

Como era a escravidão no Brasil

Os negros africanos, trazidos da África, eram transportados nos porões dos navios negreiros. Em função das péssimas condições deste meio de transporte desumano, muitos morreram durante a viagem. Após desembarcaram no Brasil eram comprados como mercadorias por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e, muitas vezes, violenta. 

Embora muitos considerassem normal e aceitável, a escravidão naquela época, havia aqueles que eram contra este tipo de prática, porém eram a minoria e não tinham influência política para mudar a situação. Contudo, a escravidão permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve o sistema escravista por tantos anos foi o econômico. A economia do Brasil contava quase que exclusivamente com o trabalho escravo para realizar os trabalhos nas fazendas e nas minas. As providências para a libertação dos escravos, de acordo com alguns políticos da época, deveriam ser tomadas lentamente.

O início do processo de libertação dos escravos e fim da escravidão 

Na segunda metade do século XIX surgiu o movimento abolicionista, que defendia a abolição da escravidão no Brasil. Joaquim Nabuco foi um dos principais abolicionistas deste período.

A região Sul do Brasil passou a empregar trabalhadores assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros, a partir de 1870. Na região Norte, as usinas produtoras de açúcar substituíram os primitivos engenhos, fato que possibilitou o uso de um número menor de escravos. Já nos principais centros urbanos, era grande a necessidade do surgimento de indústrias. Visando não causar prejuízo financeiros aos proprietários rurais, o governo brasileiro, pressionado pelo Reino Unido, foi alcançando seus objetivos lentamente. 

A primeira etapa do processo foi tomada em 1850, com a extinção do tráfico de escravos no Brasil. Vinte e um anos mais tarde, em de 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre. Esta lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir da decretação da lei.

No ano de 1885, foi promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (também conhecida como Lei dos Sexagenários) que beneficiava os negros com mais de 65 anos de idade.

Foi somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total e definitiva finalmente foi alcançada pelos negros brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II), abolia de vez a escravidão em nosso país. 
-- - 23 de agosto é o Dia Internacional em Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição.

- Antes de ser assinada pela Princesa Isabel, a Lei Áurea foi aprovada no Senado com apenas um voto contrário. Na Câmara dos Deputados a lei teve 83 votos favoráveis (de um total de 92).

- Nosso país foi o último a acabar com a escravidão.

Confira: Wikipédia História do Brasil
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quarta-feira, 11 de maio de 2016

"Boca a Boca", de Zulmair Rocha, vencedora do Prêmio Esso
Davi Holanda

"Boca a Boca", de Zulmair Rocha, vencedora do Prêmio Esso


Em 21 de maio de 2000, a polícia militar do Rio de Janeiro entrou em confronto com traficantes do Morro do Jacarezinho.


No meio da operação, alguns civis acabaram se machucando. Nessa foto de Zulmair Rocha, um policial militar corre de costas, tentando salvar a vida de Gabriela da Silva que na época tinha 1 ano, ela ficou sem ar após o uso de gás lacrimogêneo, enquanto os civis fugiam do confronto.


A fotografia venceu o Prêmio Esso na categoria de fotografia do ano.

O Prêmio ExxonMobil de Jornalismo, ou simplesmente Prêmio Esso, é a mais importante distinção conferida a profissionais de imprensa no Brasil. 

Foto: Zulmair Rocha
Categoria: Fotografia
Título: Boca a Boca
Veículo: Folha de São Paulo
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segunda-feira, 9 de maio de 2016

BARÃO VERMELHO - O maior piloto de caças militares de todos os tempos
Davi Holanda

BARÃO VERMELHO - O maior piloto de caças militares de todos os tempos

Imagem/Arte por Fabiana Neves
Manfred Von Richthofen, também conhecido como “Barão Vermelho”; “ Pequeno Vermelho”; “Diabo Vermelho”; e “Cavaleiro Vermelho”, foi o mais famoso piloto aéreo da Primeira Guerra Mundial. O nome “Barão Vermelho” surgiu após Richthofen pintar seu avião inteiro de vermelho.

Nascido em Breslau, Silésia, no então Império alemão (agora Wrocław, Polônia), Richthofen foi o segundo de quatro irmãos. Seus pais eram o oficial de cavalaria Albrecht Freiherr von Richthofen (1859-1920) e sua esposa, Gwendolyn, filha de Schickfus e Neudorff, ele era descendente de uma longa linhagem de militares e aristocratas.

Quando tinha nove anos de idade mudou-se com a família para Schweidnitz (atualmente Świdnica, Polônia). Em sua juventude, Richthofen apreciava equitação e caça. Fez o ensino básico em casa e foi estudar na Inglaterra, no Lincoln College em Oxford. Depois disso ingressou na escola militar. Após terminar o treinamento de cadete, juntou-se ao Regimento de Ulanos nº 1 da cavalaria em 1911.

Entrou na Força Aérea do Exército Imperial Alemão em 1915, atuando como piloto de 1916 a 1918. Nesse período abateu 80 aviões inimigos, ficando conhecido mundialmente como o piloto com maior número de vitórias na Primeira Guerra Mundial. O mito do grande herói construído em torno da sua figura foi fomentado pela sua autobiografia, chamada Der rote Kampfllieger (O piloto de combate vermelho), publicada em 1917.

No dia 21 de Abril de 1918, o “Barão Vermelho” morria, abatido no céu da França pelos Aliados.

Morreu perseguindo sua 81ª vítima, em território aliado, na França. Avançou muito no espaço inimigo, e em nível muito baixo em relação ao solo, sofrendo ataque aéreo e terrestre.
“O dever do piloto de caça é patrulhar seu setor nos céus e abater todo avião inimigo naquela área. O resto não importa" (Manfred Von Richthofen)
Imgem/ ano 1916, Richthofen e seu cão. Autor Desconhecido
Curiosidades:
Para ser um ás de guerra, um piloto alemão tinha que derrubar 16 caças - o Barão abateu cinco vezes mais que isso

Richthofen foi homenageado por uma banda de rock brasileira, sendo atribuída como nome a ela um dos apelidos do piloto: Barão Vermelho.

No jogo League of Legends, o personagem Corki possuí uma "skin" em homenagem à Richthofen, chamada Corki Barão Vermelho.

O desenho animado Wacky Races (Corrida Maluca) dos estúdios Hanna Barbera, criou um personagem, que no caso como se passa em corridas, um piloto vivenciando o aviador, possuindo o mesmo nome e um carro parecido com o avião de Richthofen.

Filme

Der Rote Baron (O Barão Vermelho) é uma co-produção alemã / britânica de 2008, dirigido por Nikolai Müllerschön. O filme foi lançado em 31 de março de 2008 em Berlin e em agosto de 2010 em Portugal.

Mais em Wikipédia
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sábado, 7 de maio de 2016

Especial Dia das Mães: Confira a história inspiradora de Karolina Cordeiro, a mãe que fez da doença rara do filho uma fonte de superação
Davi Holanda

Especial Dia das Mães: Confira a história inspiradora de Karolina Cordeiro, a mãe que fez da doença rara do filho uma fonte de superação

Foto: Karolina Cordeiro/Arquivo Pessoal
Karolina Cordeiro tem 33 anos, é geógrafa, mora em Uberlândia, Minas Gerais. Casada e tem três filhos: Ana Júlia, Pedro e Giovana. Vivia uma vida tranquila, cuidando deles e da profissão. Costumava correr de vez em quando, sem treinos, sem planejamentos ou objetivos. Quando seu filho Pedro tinha 10 meses de idade, a geógrafa mineira Karolina Cordeiro descobriu que ele tem uma doença raríssima, a Síndrome de Aicardi-Goutiéres (pouco mais de 80 casos no mundo), que o impossibilita de andar e falar, embora seu lado cognitivo esteja preservado. 

A médica avisou que a média de vida de quem tem a doença era de dois anos. E justamente quando ele tinha dois anos, a mãe propôs um trato: ele iria viver bem, acordar e dormir sorrindo. E assim tem sido. O vitorioso Pedro está hoje com 8 anos.

Karolina tem movido montanhas. Descobriu pela internet um geneticista da Inglaterra que incluiu Pedro numa pesquisa, deixou o emprego de geógrafa, virou corredora com ele, estuda fisioterapia por causa dele, o acompanha na equoterapia, hidroterapia e fonoterapia. Graças a um programa de computador baixado gratuitamente pela internet (o eViacan), Pedro consegue mexer o mouse com os olhos, possibilitando seu aprendizado e alfabetização. Karolina: “Quando ninguém dava nada por ele, eu o colocava em frente ao espelho e dizia: olha lá, está vendo aquele cara ali, é inteligente, é valente, é vencedor”.

Apesar de Pedro não andar e não falar, ela olha para ele e vê um filho como uma criança igual a todas. “O que o torna especial não são suas necessidades, mas a forma de como ele as enfrenta. Ele gosta de estar neste mundo. Considero nossa história de superação, pois ele e eu tínhamos duas opções: esperar o que poderia acontecer ou fazer uma super ação, de se olhar e ir para a luta. Escolhemos a segunda. Eu preciso mais dele do que ele de mim”, garantiu.

Fotos/Reprodução Karolina Cordeiro/Arquivo Pessoal
Em 2012, ela começou a participar de corridas de rua com o filho, empurrando o garoto em uma cadeira de rodas adaptada.

"Encontrei no esporte uma forma de fazer com que Pedro tivesse a oportunidade de sentir o movimento e o prazer pela vida." Quando começou a se apaixonar pelo esporte, o menino apresentou os primeiros sintomas da síndrome de Aicardi–Goutières, aos dez meses de vida. “Ele dormia muito e começou a perder os movimentos do corpo. Descobri a síndrome depois de alguns exames nos Estados Unidos”.

"Parei de trabalhar para cuidar do meu filho, mas decidi não parar de correr." Ao contrário, colocou Pedro no carrinho e passou a treinar com ele no Parque do Sabiá, em Belo Horizonte, Minas Gerais. No ano passado, a dupla realizou o sonho de correr junta uma prova oficial ao ultrapassar em 33 minutos os cinco quilômetros do Circuito de Corridas, em Uberlândia. “Foi muito emocionante. Foi a primeira corrida dele e minha juntos em uma prova oficial. E cada minuto foi um parto. Eu lembrei da vida dele toda. E ele é um vencedor. Eu falei que a medalha dele o estava esperando. Disse que ele já é um campeão e disse ainda: ‘Pedro não precisa chegar primeiro. O importante é chegar’”.

Em uma entrevista para o blog Tudo Sobre Minha Mãe:

6- O Pedro já foi vítima de preconceito? 

"Um dia num restaurante lotado, tinha uma mesa ao lado da nossa. A fila de espera estava enorme. Veio um casal com uma criança de uns três anos. Eles chegaram para se sentar todos felizes, mas olharam para o lado e disseram para o garçom: “Tem outra mesa? Preferimos sentar num local onde não tenha PESSOAS ASSIM…." O Pedro não percebeu, mas eu enchi os olhos d’água e pensei: que Deus possa encher o coração desta família de amor. E beijei meu filho muito, muito, muito....".

A história de uma criança encantadora que não anda, não fala, mas pode mudar o mundo. Este é o tema do livro “Quando Conheci Pedrinho”, escrito por Fernanda de Oliveira, e que conta a história do garoto Pedro Cordeiro, o Pedrinho. A obra ainda traz um CD com a história narrada e músicas assinadas por Giordano Pagotti.

Uberlândia foi uma das 325 cidades escolhidas para participar do revezamento da tocha aqui no Brasil. Hoje às 17h20 a Tocha Olímpica passará pela cidade de Uberlândia. Ao todo serão 86 condutores que levarão a chama por 16km percorrendo os principais pontos de Uberlândia. Um deses condutores será o Pedrinho.

"Multiplica a emoção quando o Pedro nasceu... e o peguei em meus braços.
Multiplica a emoção da primeira vez que corri com ele ...deixando pra trás uma doença rara e terrível.
Multiplica eu ter nascido e amo morar na minha cidade de Uberlândia.
Multiplica a minha alegria de Domingo ser dia das mães...
Ahhhh se eu fosse vocês iriam no Sabiazinho Sábado as 17:20, SÓ FALO ISSO !!!!
", recado da Karolina.


Confira mais: G1 - tudosobreminhamae 
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