"Para votar no Silvio Santos vote 26"
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"Podem acreditar, o Silvio Santos vai lutar por vocês. O Silvio Santos vai defender os interesses do povo. O Silvio Santos vai lutar pelo desenvolvimento do Brasil. Quem confia em mim, quem acredita em mim, deve votar no 26", disse o apresentador durante a corrida eleitoral.
Se eleito, o presidente Silvio Santos teria uma base de sustentação política vinda do PFL. “Um grupo do partido achava que, diante do populismo de direita do Collor e do populismo de esquerda do Lula, o melhor era apresentar um populista de centro”, diz o deputado federal Marcondes Gadelha, candidato a vice na chapa de Silvio. “Esse grupo era formado por mim, Inocêncio Oliveira, Edison Lobão, Hugo Napoleão, Divaldo Suruagy e João Alves”, ele conta. “O Silvio me falava que queria cuidar da questão social, e que o resto do governo ficaria por minha conta. Eu seria um tipo de primeiro-ministro.”
O seu jingle de campanha era: "Chegou aquele, que a gente queria, para o Brasil governar. Agora o povo está contente, já temos em quem votar. É o 26, é o 26. Com Silvio Santos chegou a nossa vez. Silvio Santos já chegou, e é o 26. E o Brasil ganhou". (Confira o Vídeo)
Silvio Santos tinha uma obsessão por casas. “A prioridade dele era o social, incluindo a saúde e a educação. Mas seu grande projeto de governo era construir uma casa própria para cada cidadão brasileiro até o fim do mandato. Ele só falava nisso”, diz Marcondes Gadelha. De acordo com o político, nas negociações que definiram sua candidatura, Silvio teria dito que não queria se envolver nos acordos com o Congresso nem definir as regras para a política econômica. O que ele queria mesmo é que lhe sobrasse tempo – para viajar pelo país – e dinheiro para instituir sua política habitacional. “O bom desse projeto dele é que estimularia as empresas de construção civil”, afirma o vice da chapa.
De acordo com pesquisas realizadas na época, a candidatura de Silvio Santos atingiu a preferência de cerca de 30% do eleitorado. Em face do indeferimento do pedido de registro dos candidatos do PMB, a disputa retornou ao patamar anterior, com a liderança de Fernando Collor de Mello na campanha presidencial, ao situar-se na faixa de 30% na preferência do eleitorado, seguido por Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola, ambos com cerca de 15%.
Fatos interessantes:
• A campanha de 1989 era a primeira eleição direta para presidente desde 1960.
• A lista de candidatos era enorme: 12 nomes, incluindo Mário Covas, Ulysses Guimarães, Leonel Brizola, Luís Inácio Lula da Silva, Fernando Collor e Aureliano Chaves.
• Silvio oficializou a candidatura 15 dias antes da votação. Ele substituiu Armando Corrêa, do Partido Municipalista Nacional (PMN), pois Aureliano, do PFL, se recusara a renunciar em favor de SS. A cédula já estava impressa, e o eleitor teria que votar no número 26, no nome “Corrêa”.
• A letra do jingle da campanha era: “É o 26, é o 26, com Silvio Santos chegou a nossa vez”. A melodia, a mesma do tema de abertura do Programa Silvio Santos (“Silvio Santos vem aí...”).
• Três dias depois de se candidatar, Silvio tinha 29% das intenções de voto e estava perto de disputar o 2º turno com Fernando Collor.
• A uma semana da votação, a Justiça Eleitoral decidiu que a candidatura de Silvio não era válida, porque o PMN não tinha feito convenções estaduais para referendar seu nome .
• Em 1988, Silvio já concorrera a prefeito de São Paulo – e desistido antes do pleito. Em 1992, novamente anunciou que tentaria a prefeitura – e outra vez voltou atrás. Em janeiro de 2002, novos boatos de que ele iria tentar a Presidência levaram o Instituto Sensus a fazer uma pesquisa com seu nome. Silvio, o segundão, teria 17,8% dos votos, contra 30,5% de Lula.
Fontes: Tribunal Superior Eleitoral - Caras - Super Interessante
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